“Ajudai-vos uns aos outros... e deste modo cumprireis a lei de Cristo” (Gal 6,1) |
Certa vez, dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um rio, entraram em conflito. Foi a primeira grande desavença em toda uma vida trabalhando lado a lado, repartindo as ferramentas e cuidando um do outro. Durante anos, ao final de cada dia, percorriam uma estreita, porém comprida estrada, que corria ao longo do rio para poderem atravessá-lo e desfrutarem um da companhia do outro. Apesar do cansaço, faziam-no com prazer, pois se amavam. Mas agora tudo havia mudado. O que começara com um pequeno mal entendido finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio. Numa manhã, o irmão mais velho ouviu alguém bater à sua porta. Ao abri-la, notou um homem com uma caixa de ferramentas de carpinteiro em sua mão. ¾ Estou procurando por trabalho, talvez você tenha um pequeno serviço aqui e ali. ¾ Sim! Claro que tenho trabalho para você. Veja aquela fazenda além do riacho. É de meu vizinho; na realidade, meu irmão mais novo. Brigamos muito e não mais posso suportá-lo. Vê aquela pilha de madeira perto do celeiro? Quero que você me construa uma cerca bem alta ao longo do rio para que eu não mais precise vê-lo. ¾ Acho que entendo a situação. Certamente farei um trabalho que lhe deixará satisfeito. Como precisava ir a cidade, o irmão mais velho ajudou o carpinteiro a encontrar o material e partiu. O homem trabalhou arduamente durante todo aquele dia medindo, cortando e pregando. Já anoitecia quando terminou sua obra, ao mesmo tempo que o fazendeiro retornava. Porém, seus olhos não podiam acreditar no que viam. Não havia qualquer cerca. Em seu lugar estava uma ponte, feita de tábuas de madeira e troncos de árvore, ligando um lado do riacho ao outro. Era realmente um belo trabalho, mas, enfurecido, exclamou: ¾ Você é muito insolente em construir esta ponte após tudo que lhe contei! No entanto, as surpresas não haviam terminado. Ao erguer seus olhos para a ponte mais uma vez, viu seu irmão aproximando-se da outra margem, correndo com seus braços abertos. Cada um dos irmãos permaneceu imóvel de seu lado do rio, quando, num só impulso, correram um na direção do outro, abraçando-se e chorando no meio da ponte. Emocionados, viram o carpinteiro arrumando suas ferramentas e partindo. ¾ Espere, disse o mais velho, fique conosco por mais alguns dias. Tenho muitos outros projetos para você. E o carpinteiro respondeu: ¾ Adoraria ficar. Mas tenho muitas outras pontes para construir. Autor Desconhecido (Historinha contada dias 3 e 4 de setembro de 2011 no XXIII Domingo do Tempo Comum) |
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